domingo, julho 06, 2008
Os Cegos, por Chales Baudelaire
Pieter Bruegel, Parábola do cego guiando o cego (detalhe), 1568.
"Contemplai-os, ó minha alma; eles são pavorosos!
Iguais aos manequins, grotescos, singulares,
Sonâmbulos talvez, terríveis se os olhares,
Lançando não sei onde os globos tenebrosos.
Suas pupilas, onde ardeu a luz divina,
Como se olhassem à distância, estão fincadas
No céu; e não se vê jamais sobre as calçadas
Se um deles a sonhar sua cabeça inclina.
Cruzam assim o eterno escuro que os invade,
Esse irmão do silêncio infinito. Ó cidade!
Enquanto em torno cantas, ris e uivas ao léu,
Nos braços de um prazer que tangencia o espasmo,
Olha! também me arrasto! e, mais do que eles pasmo,
Digo: que buscam estes cegos ver no Céu?"
BAUDELAIRE, Charles. "Os cegos," in: As Flores do Mal.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 343.
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2 comentários:
Oi,
somos alunos universitários e estamos fazendo um trabalho sobre Baudelaire.
Gostamos bastante desse poema, o que você entendeu dele? qual vc acha q é o tema por ele abordado?
Você teria algum email para contato?
Qualquer coisa nosso email é natoca@hotmail.com
obrigada.
Oi, perdão, mas o nome do quadro não seria "A parábola dos cegos"?
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