sexta-feira, julho 11, 2008

War Disney


Stencil em Buenos Aires, Argentina.

"Já que, desde sua origem, o campo de batalha é um campo de percepção, a máquina da guerra é para o polemarco [comandante] um instrumento de representação, comparável ao pincel e à palheta do pintor. É conhecida a importância da representação pictórica nas seitas militares orientais, em que a mão do guerreiro passava facilmente do manejo do pincel à arma branca, assim como, tempos depois, a mão do piloto disparava uma câmera ao acionar uma arma. Para o homem de guerra, a função da arma é a função do olho. É normal, portanto, que o violento rompimento cinemático do continuum espacial -- deflagrado pela arma aérea -- e os fulminantes progressos das tecnologias da guerra tenham literalmente explodido, a partir de 1914, a antiga visão homogênea e engendrado a heterogeneidade dos campos de percepção. A metáfora da explosão é, desde então, correntemente empregada tanto na arte quanto na política".
VIRILIO, Paul. Guerra e cinema. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 48-49.

Um comentário:

Beatriz Vieira disse...

Ilustração bem adequada ao texto. Muito bom.
http://cartasaoavesso.blogspot.com
Beatriz