quinta-feira, novembro 23, 2006
O Exterminador da Pólis
ALÉXIA CRUZ BRETAS
Se o espaço da política corresponde, desde os gregos, ao âmbito da aparência, a sociedade do espetáculo (Debord, 1967) leva o significado do aparecer em público às raias do paroxismo. Não é casual que um ex-fisioculturista austríaco, filho de um assumido combatente nazista, exerça atualmente o cargo que, por sinal, já foi do também ator Ronald Reagan. Pergunta: o que teria levado o eleitorado californiano a acreditar que o exterminador do futuro poderia realizar um bom governo? Resposta: provavelmente o mesmo que levou Gandalf a crer que Frodo poderia vencer as forças malignas de Mordor, ou os neoconservadores norte-americanos a acreditarem que Bush poderia acabar com as armas de destruição em massa de Saddam. (Com a diferença que Frodo, de fato, venceu as forças malignas de Mordor).
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