segunda-feira, abril 16, 2007

Estranha Arte das Superfícies


M.C. Escher, Fita de Moebius, 1963.

Num "clássico" onde revisita as aventuras de Alice, Deleuze desafia o que chama de tradição vertical da metafísica, a partir de uma fecunda descoberta dos estóicos: as superfícies. Ao provocar tanto a águia de Platão, quanto as sandálias de chumbo de Empédocles, o autor desbanca a pretensão dos filósofos de visarem, ora às alturas, ora às profundezas, tornando ilegítima a associação que normalmente é aceita entre o exercício intelectual e a gravidade de uma atitude que se pretende árdua e penosa por definição. Mas o mérito de uma reflexão estaria irrevogavelmente vinculado ao coeficiente de seriedade ou dificuldade necessário à sua efetivação? Ou seria de fato possível a emergência de um pensamento que fosse, como queria Nietzsche, produtivo e leve?

Para saber mais a respeito, cf. DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 2000.