quarta-feira, maio 09, 2007

Second Life: Marcas e Mundos Virtuais

As guerras econômicas tornaram-se guerras estéticas, guerras pela “colonização” dos modos de percepção.

Por Abel Reis


Loja da Adidas no SL onde são vendidos modelos especiais para os avatares.

As marcas assumem aqui outro papel. O papel de fabricar sensibilidades; vale dizer, de difundir conhecimento, enfatizar valores, propor crenças e instilar desejos. Desse modo, marcas não são apenas referências de confiança, marcas passaram à missão de construir a atmosfera ideológica e cultural propícias ao consumo. E, ao fazê-lo, forjam as próprias condições de possibilidade da produção econômica.

Marcas tornam-se assim máquinas abstratas orientadas efetivamente para a produção de significação, de enunciados imperativos, de signos que mobilizem e capturem a atenção, a afeição e a memória dos consumidores.

Pode-se então dizer que, nesse novo espaço das guerras estéticas, marcas vencedoras serão aquelas que construírem “mundos”. Mundos de enunciados e signos que inscrevam o consumidor numa rede de significações. Mundos nos quais, para o consumidor, o ato de consumir seja um ato de pertencer.



Reveillon da Philips realizado no Second Life.

Trecho de matéria originalmente publicada no Dossiê Novo Mundo/Second Life, de Trópico. Para ler o texto na íntegra, clique no título deste post.

Um comentário:

Tales disse...

Gostei do post, muito aliás. Mas confesso que o trecho reproduzido - não conheço o livro - poderia estar falando de qualquer outra iniciativa das empresas no mundo material mesmo... Há um superoverextramegaboom relacionado ao SL que me incomoda um pouco. Sei que o foco do trecho são as marcas. Mas o SL é só um simulador e as possibilidades ainda não foram exploradas... Eu gosto da idéia. Fico entusiasmado com o assunto e penso que devemos avaliar outros aspectos deste fenômeno. Já que a "dimensão estética" permite, deixo aqui o que penso do SL quando falamos, por exemplo, em Design. Oferece a oportunidade de entender como se atribuir valor a algo de valor intangível. Ao criar valor nesse mundo virtual, podemos transferi-lo para a economia material.
No mundo material, o design é integrado na proposta total que inclui não apenas os produtos, mas também as lojas onde são comercializados, o vilão-marketing e a comunicação que o envolvem, entre outros fatores. Dessa forma, é muito difícil extrapolar o valor de uma idéia. No Second Life, as únicas coisas que existem são as idéias e a estética dos conceitos, portanto, nós podemos realmente descobrir - ou nos aproximar - do valor do design, por exemplo.

Ixxxxxi, coisa demais!!!!