sexta-feira, outubro 31, 2008
Aprender a rir
O trágico e o cômico, mosaico romano, século II d.C.
"O riso eu o declarei santo: vós, homens superiores, aprendei a rir!"
Friedrich Nietzsche, O nascimento da tragédia.
(São Paulo, Companhia das Letras, 1998, p. 23).
quarta-feira, outubro 29, 2008
O dionisíaco segundo Nietzsche
Caravaggio, Bacchus, 1596
"A moral não seria uma 'vontade de negação da vida', um instinto secreto de aniquilamento, um princípio de decadência, apequenamento, difamação, um começo do fim? E, em consequência, o perigo dos perigos?... Contra a moral, portanto, voltou-se então, com este livro problemático, o meu instinto, como um instinto em prol da vida, e inventou para si, fundamentalmente, uma contradoutrina e uma contravaloração da vida, puramente artística, anticristã. Como denominá-la? Na qualidade de filólogo e homem das palavras eu a batizei, não sem alguma liberdade, com o nome de um deus grego: eu a chamei dionisíaca."
Friedrich Nietzsche, O nascimento da tragédia. (São Paulo, Companhia das Letras, 1998, p. 20).
segunda-feira, outubro 27, 2008
Falar, por Fernando Pessoa
Falar é ter demasiada consideração pelos outros.
Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.
Fernando Pessoa, O livro do desassossego.
(São Paulo: Companhia de Bolso, 2006, p. 424).
Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.
Fernando Pessoa, O livro do desassossego.
(São Paulo: Companhia de Bolso, 2006, p. 424).
quarta-feira, outubro 22, 2008
segunda-feira, outubro 20, 2008
Werther, o amante trágico
Johann Heinrich Wilhelm Tischbein, Goethe, 1786/88.
"Desgraçado! Não serás um louco? Não te enganarás a ti próprio? O que é que esperas dessa paixão frenética e infinita? Não tenho mais outro culto que não ela; a minha imaginação apenas me mostra a sua fisionomia e, de tudo o que me rodeia no mundo, apenas distingo aquilo que com ela se relaciona. E isso me causa algumas horas de felicidade... até que de novo sou obrigado a fugir dela. Oh, Guilherme! Até onde o coração me leva!"
GOETHE, Johann Wolfgang. O sofrimento do jovem Werther. (Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 85).
terça-feira, outubro 14, 2008
Insatisfação Administrada
Mc Marianne, em intervenção do grupo ativista The Yes Men.
Em novo livro, o professor de filosofia Vladimir Safatle discute como o cinismo é um antídoto à falência da crítica
O cinismo passa a ser compreendido como categoria maior para a análise das dinâmicas de racionalização em operação nas múltiplas esferas de interação social no capitalismo contemporâneo. Por que em seu entendimento trata-se de um termo adequado para um diagnóstico da modernidade?
Safatle: Há uma história intrincada de transformação da crítica cínica ao convencionalismo da moral (sentido do cinismo grego) em dispositivo de conservação de valores que estão reconhecidamente em crise (sentido do cinismo contemporâneo).
Tentei descrever este processo através do comentário de um texto fundamental para entender esta passagem, “O Sobrinho de Rameau”, de Diderot, juntamente com a interpretação feita por Hegel, na “Fenomenologia do Espírito”. Uma leitura detalhada desse texto central para a constituição da crítica no Iluminismo nos permite ter uma compreensão mais precisa do que vem a ser atualmente “cinismo”. Neste ponto, não faço mais que caminhar em um caminho aberto por Rubens Rodrigues Torres Filho e Paulo Arantes.
Este esclarecimento conceitual parece-me importante, porque o termo é usado de maneira bastante livre na linguagem cotidiana. No entanto, ele descreve uma operação precisa. Creio que podemos dizer: cínico é todo enunciado que faz com que valores, princípios e critérios normativos intersubjetivamente partilhados consigam, paradoxalmente, justificar situações que lhes seriam contrárias. Neste sentido, o cinismo é uma espécie de distorção performativa capaz de torcer, de inverter os valores ao aplicá-los. A análise desta inversão, diga-se de passagem, é um fenômeno maior no interior daquilo que poderíamos chamar de auto-crítica da modernidade.
Para ler a íntegra da entrevista originalmente publicada em Trópico, clique no título deste post.
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