segunda-feira, setembro 29, 2008

Arte, exercício experimental da liberdade


Hélio Oiticica, Maileryn, 2003.

"A arte é um exercício experimental da liberdade."
Mário Pedrosa, 1968.

sexta-feira, setembro 26, 2008

O que os olhos vêem...


René Magritte, O falso espelho, 1928

"IMAGEM. No campo amoroso, os ferimentos mais profundos vêm mais daquilo que vemos do que daquilo que sabemos."
Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso. (São Paulo, Martins Fontes, 2007, p. 211).

quinta-feira, setembro 25, 2008

Möebius Redux


Hasko Baumann, Möebius Redux: uma vida em quadrinhos, 2007.

terça-feira, setembro 23, 2008

O drama da liberdade na ficção de Sartre


Para saber mais sobre o curso, clique no título deste post.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Saramago assiste Ensaio sobre a cegueira



"Fernando, estou tão feliz por ter assistido a este filme, como estava quando terminei de escrever o livro."

José Saramago, logo após ter visto a versão cinematográfica de seu Ensaio sobre a cegueira, estrelada por Julianne Moore e dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles.

quinta-feira, setembro 18, 2008

A Retórica de Rousseau


Clique na imagem para ampliar.

quarta-feira, setembro 17, 2008

O grito do Laocoonte


Grupo de Laocoonte, Vaticano.

"O mestre [autor do Laocoonte] visava à suprema beleza sob as condições aceitas da dor corporal. Esta, em toda a sua violência desfiguradora, era incompatível com aquela. Ele foi obrigado a reduzi-la; ele foi obrigado a suavizar o grito em suspiro; não porque o grito denuncia uma alma indigna, mas antes porque ele dispõe a face de um modo asqueroso. Pois, em pensamentos, abra-se a boca do Laocoonte e julguemos. Deixemos que grite e olhemos. Era uma construção que suscitava a compaixão porque mostrava ao mesmo tempo beleza e dor; agora é uma construção feia, repugnante, da qual desviamos de bom grado a nossa face, porque a visão da dor excita desprazer, sem que a beleza do objeto que sofre possa transformar esse desprazer no sentimento doce da compaixão.

Esse simples largo abrir a boca -- pondo-se de lado o quanto as demais partes da face assim são deformadas e desordenadas de modo violento e asqueroso -- na pintura é uma mancha e na escultura uma cavidade que gera os efeitos mais desagradáveis do mundo."

LESSING, Gotthold Ephraim. Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia. São Paulo: Iluminuras, 1998, p. 92.

Rrose Sélavy ou Eros c'est la vie


Rrose Sélavy, alter-ego feminino de Marcel Duchamp, 1921.

Manifesto Dogma 95


Dogville (2003) de Lars von Trier, um dos criadores do Dogma 95.

As regras do Dogma 95, também conhecidas como “voto de castidade”, são:

1. As filmagens devem ser feitas em locais externos. Não podem ser usados acessórios ou cenografia (se a trama requer um acessório particular, deve-se escolher um ambiente externo onde ele se encontre).
2. O som não deve jamais ser produzido separadamente da imagem ou vice-versa. (A música não poderá ser utilizada a menos que ressoe no local onde se filma a cena).
3. A câmera deve ser usada na mão. São consentidos todos os movimentos - ou a imobilidade - devidos aos movimentos do corpo. (O filme não deve ser feito onde a câmera está colocada; são as tomadas que devem desenvolver-se onde o filme tem lugar).
4. O filme deve ser em cores. Não se aceita nenhuma iluminação especial. (Se há muito pouca luz, a cena deve ser cortada, ou então, pode-se colocar uma única lâmpada sobre a câmera).
5. São proibidos os truques fotográficos e filtros.
6. O filme não deve conter nenhuma ação "superficial". (Homicídios, Armas, etc. não podem ocorrer).
7. São vetados os deslocamentos temporais ou geográficos. (O filme se desenvolve em tempo real).
8. São inaceitáveis os filmes de gênero.
9. O filme deve ser em 35 mm, padrão.
10. O nome do diretor não deve figurar nos créditos.

O Manifesto Dogma 95 foi escrito para a criação de um cinema mais realista e menos comercial. Posteriormente juntaram-se a eles dois conterrâneos, os também cineastas Søren Kragh-Jacobsen e Kristian Levring. Segundo os cineastas, trata-se de um ato de resgate do cinema como feito antes da exploração industrial (segundo o modelo de Hollywood). O manifesto tem cunho técnico — apresenta uma série de restrições quanto ao uso de técnicas e tecnologias nos filmes — e ético — com regras quanto ao conteúdo dos filmes e seus diretores —, e suas idéias são tão controversas quanto seus filmes.
Todos os filmes que recebem o reconhecimento do Dogma 95 seguem 10 regras estipuladas por Trier e Vinterberg. Para tanto, os realizadores devem enviar cópias de seus filmes à entidade que gerencia o Dogma 95 e submetê-los à avaliação. Caso aprovado e verificado que o voto de castidade foi cumprido, os autores recebem o Certificado Dogma 95.

terça-feira, setembro 16, 2008

Planetarium


Planetário construído por John Rowleys, em 1712-1713.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Olhar de Medusa


Caravaggio, Medusa, 1598-99.

domingo, setembro 14, 2008

Voyeur Diabólico


William Blake, Satã observando o amor de Adão e Eva, 1795

quinta-feira, setembro 11, 2008

O filósofo em meditação, por Rembrandt


Rembrandt, O filósofo em meditação, 1632.

terça-feira, setembro 09, 2008

A Política da Literatura, por Jacques Rancière

Em seu livro “Politique de la Littérature” (Política da literatura), o sr. escreve : “A expressão ‘política da literatura’ implica que a literatura faz política enquanto literatura”. Como a política da literatura se distingue do engajamento propriamente dito?

Jacques Rancière: A política da literatura se diferencia do engajamento dos escritores a serviço de uma causa e da interpretação que suas ficções podem dar das estruturas sociais e dos conflitos políticos. A política da literatura supõe que a literatura aja não propagando idéias ou representações, mas criando um novo tipo de “senso comum”, reconfigurando as formas do visível comum e as relações entre visibilidade e significações. Esta política é, pois, consubstancial a um estatuto da escritura, a seu modo de se posicionar, à forma de experiência sensível que ela relata, ao tipo de mundo comum que ela constrói com os que a lêem.

Essas questões não podem ser colocadas independentemente da questão da historicidade da literatura. A literatura, pois, não é um conceito trans-histórico reunindo todas as formas da arte de falar e de escrever desde o começo dos tempos. É um conceito que não tem mais que 200 anos. No século XVIII, a palavra “literatura” designava a prática do erudito, e não a arte dos escritores.

A noção moderna de literatura como prática da arte de escrever nasceu ao mesmo tempo que os conceitos modernos de arte e de estética, na época das revoluções democráticas da América e da França. A literatura é, assim, um regime da escritura que rompe com o universo hierarquizado das Belas Letras: nesse universo, os gêneros eram hierarquizados segundo a dignidade de seus temas, isto é, dos personagens que representavam; a poesia era definida antes de tudo como uma ação. A ação, como encadeamento de efeitos a partir de fins perseguidos, definia o universo dos indivíduos nobres, capazes de perseguir tais fins, por oposição à vida repetitiva das pessoas comuns. Enfim, a escritura era subordinada a um modelo de excelência que era o da palavra viva, isto é, da palavra daqueles que são capazes de fazer acontecer algo apenas pela palavra.

Tudo isso definia uma relação estreita entre as regras da excelência poética e o “gosto” de uma sociedade aristocrática. A literatura significa a ruína desse sistema: todos os temas são, a partir de então, susceptíveis de serem considerados poéticos, toda vida é digna de ser escrita; não há mais princípio de correspondência entra a dignidade dos personagens e a qualidade de expressão. A palavra oral perde sua função de norma em benefício do livro escrito, que se dirige a qualquer um ao acaso e não mais a um público escolhido.

Nesse sentido, a literatura põe em prática a democracia da letra errante denunciada por Platão: a palavra que vai falar a qualquer um, não controlando seu trajeto e não selecionando seus destinatários. A democracia literária faz qualquer pessoa sentir formas de sentimento e de expressão reservadas às pessoas escolhidas. Ela contribui, assim, a uma democracia, que é a da circulação e da apropriação aleatória das formas de vida e de experiência vivida, das maneiras de falar, de sentir e de desejar.

Esta democratização é própria à literatura como tal, ela é independente das idéias políticas dos escritores. Estes descrevem de bom grado as agruras que sucedem às pessoas do povo quando se põem a ler romances. Mas os romances nos quais eles o fazem amplificam mais ainda esta oferta generalizada de formas de vida e de modos de sentir.

Texto publicado originalmente em Trópico. Para ler a entrevista na íntegra, clique no título deste post.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Sobre o filme argentino La Antena








La Antena (2007) recria a estética vintage do cinema silencioso, numa criativa metáfora do seqüestro do discurso pelos dispositivos normalizadores do "pensamento único" e suas figuras. No filme, há diversas referências a grandes cults do cinema como Metropolis (1927), Spellbound (1945) e Viagem à lua (1902), do mestre George Mèliés. Até por isso, vale conferir a interessante película dirigida pelo argentino Esteban Sapir.

quinta-feira, setembro 04, 2008

segunda-feira, setembro 01, 2008

Ponderación Misteriosa


Odilon Redon, Mistério, s/d.

“Santa Tereza vê numa alucinação a Madonna colocando flores em seu leito, e comunica essa visão a seu confessor. ‘Não vejo nenhuma flor,’ responde ele. ‘Foi para mim que a Madonna as trouxe,’ diz a Santa.”
Walter Benjamin, Origem do drama barroco alemão, p. 257.

Divisibilidade indefinida, 1942


Yves Tanguy, Divisibilidade indefinida, 1942.