segunda-feira, dezembro 31, 2007
O Tarô de Aleister Crowley
Aleister Crowley, Arcano 0, O Bobo.
Aleister Crowley, Arcano 5, O Hierofante.
Aleister Crowley, Arcano 10, A Fortuna.
Aleister Crowley, Arcano 14, A Arte.
Aleister Crowley, Arcano 18, A Lua.
domingo, dezembro 30, 2007
sábado, dezembro 29, 2007
Touché!
Mas cuidado, um olhar assim, de baixo para cima, é mais perigoso que um olhor gerade aus [em alemão, direto]. É como na esgrima; e que arma haverá tão afiada, tão aguda, tão brilhante no seu movimento e, graças a tudo isto, tão perigosa como um olhar? Marca-se uma quarta alta, como diz o esgrimista, apara-se em segunda; quanto mais prestes a chegar está o ataque, tanto melhor. Quem poderá descrever tal instante? O adversário quase sente o golpe, é tocado, sim, mas tocado num ponto muito diferente do que esperava."
KIERKEGAARD, Soren. "Diário de um sedutor". In: Kierkegaard. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 14.
KIERKEGAARD, Soren. "Diário de um sedutor". In: Kierkegaard. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 14.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
A Efígie da Sedutora, por Jean Baudrillard
Efeito prismático da sedução. Outro espaço da refração. Consiste não na simples aparência ou na pura ausência, mas no eclipse de uma presença. A única estratégia é estar lá/não estar lá, e assim garantir uma espécie de intermitência, de dispositivo hipnótico que cristaliza a atenção fora de qualquer efeito de sentido. A ausência seduz a presença.
In: BAUDRILLARD, Jean. Da sedução. Campinas: Papirus, 1991, p. 97.
In: BAUDRILLARD, Jean. Da sedução. Campinas: Papirus, 1991, p. 97.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
sábado, dezembro 15, 2007
End Piece, by Yoko Ono
Each planet has its own orbit agenda.
Think of people close to you as planets.
Sometimes it´s nice to just watch them
orbit and shine.
YO, 1996
Think of people close to you as planets.
Sometimes it´s nice to just watch them
orbit and shine.
YO, 1996
sexta-feira, dezembro 14, 2007
A Pop, por Warhol
quinta-feira, dezembro 13, 2007
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Música
quinta-feira, dezembro 06, 2007
A Vida dos Outros
quarta-feira, dezembro 05, 2007
domingo, dezembro 02, 2007
Room Piece IV
Count all the words in the book
instead of reading them.
Count all the objects in the room
without classifying them.
Unclog your mind.
Unclog your room.
Arrange your room
in the way you wish
your mind would be.
Yoko Ono, 1996
instead of reading them.
Count all the objects in the room
without classifying them.
Unclog your mind.
Unclog your room.
Arrange your room
in the way you wish
your mind would be.
Yoko Ono, 1996
quinta-feira, novembro 29, 2007
O entre-lugar do tropicalismo
Hélio Oiticica com Bólides e Parangolés em seu estúdio no Rio de Janeiro, c.1965
"Diante das polarizações quanto ao entendimento das posições estético-políticas nas diversas áreas de vanguarda, a atuação de Oiticica não é nem excludente nem de simples composição de diferenças. Localiza-se num entre-lugar, que seria a marca do tropicalismo, em que as polarizações não se diluem, mas se entre-explicitam, liberando os signos de uma nova e inédita atividade crítico-criativa. A partir dela, a eficácia das ações não está na superação das oposições e ambigüidades dos processos em curso; está acima de tudo no estabelecimento de um campo de tensões e relações que se entre-exprimem, criticam, sugerindo nas produções o aparecimento de outras imagens da atuação cultural."
FAVARETTO, Celso. “Tropicália: a explosão do óbvio.” In: BASUALDO, Carlos (org). Tropicália: uma revolução na cultura brasileira [1967-1972]. São Paulo: Cosacnaify, 2007. p. 86.
sexta-feira, novembro 23, 2007
As Tiras de Möebius
quinta-feira, novembro 22, 2007
Paisagens
sexta-feira, novembro 16, 2007
quarta-feira, novembro 14, 2007
Fetichismo de Garrafa
"A correspondência gnóstica de garrafa, de Adorno, não precisa estar perdida. Podemos dizer da geração, atualmente em torno de quarenta anos, que ela encontrou a correspondência da teoria crítica, abrindo-a de forma dramática. Hoje, talvez, a correspondência esteja em mãos que não praticam fetichismo de garrrafa; em todo caso não podíamos inferir a correspondência da garrafa.
Uma anedota Zen:
O funcionário Riko pediu certa vez ao mestre Nansen para lhe explicar o problema do ganso na garrafa. 'Se colocarmos um gansinho numa garrafa alimentando-o até crescer, como tirá-lo então sem matá-lo e sem quebrar a garrafa?' Nansen batia as mãos com força e gritava: 'Riko' -- 'Estou aqui, mestre', respondeu Riko assustado. 'Está vendo', disse Nasen, 'o ganso está fora.'"
SLOTERDIJK, Peter. "A saturação filosófica da estética e o moralismo hermenêutico." In: Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992, p. 47.
Uma anedota Zen:
O funcionário Riko pediu certa vez ao mestre Nansen para lhe explicar o problema do ganso na garrafa. 'Se colocarmos um gansinho numa garrafa alimentando-o até crescer, como tirá-lo então sem matá-lo e sem quebrar a garrafa?' Nansen batia as mãos com força e gritava: 'Riko' -- 'Estou aqui, mestre', respondeu Riko assustado. 'Está vendo', disse Nasen, 'o ganso está fora.'"
SLOTERDIJK, Peter. "A saturação filosófica da estética e o moralismo hermenêutico." In: Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992, p. 47.
Estética como Cripto-ética do Presente
"A promoção da arte da interpretação à custa das obras deve-se a um mecanismo exterior ao processo estético. O florescimento da interpretação e a identificação entre a obra e a sombra de sua propaganda hermenêutica devem-se, em grande parte, à filosofia moderna -- precisamente àquela filosofia que foi privada da verdade porque deixou de existir uma totalidade que correspondesse à unidade bem-sucedida do verdadeiro, do bom e do belo. A filosofia atual precisa da estética para poder dizer, via teoria estética, o que devia dizer se ainda existisse 'filosofia verdadeira'. Estética representa a muleta que permite a uma filosofia impossível de se arrastar pelo século XX. A estética filosófica se transformou em cripto-ética do presente. Serve à filosofia de refúgio que abriga um conceito arcaico de verdade -- enquanto visão da vida verdadeira, um conceito que filósofos modernos não ousariam ensinar com intenção direta. A estética desde as Cartas sobre a educação estética do homem, de Schiller, até os escritos teóricos sobre arte de Adorno, funciona, então, como moral de um mundo sem moral e como órgão último da verdade para uma condição epocal que identifica verdade como preconceito para quem tem nervos frágeis."
SLOTERDIJK, Peter. "A saturação filosófica da estética e o moralismo hermenêutico." In: Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992, pp. 39-40.
SLOTERDIJK, Peter. "A saturação filosófica da estética e o moralismo hermenêutico." In: Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992, pp. 39-40.
terça-feira, novembro 13, 2007
segunda-feira, novembro 12, 2007
Tornar-se alemão
"A alma alemã tem corredores e veredas em si, no seu interior existem cavernas, esconsos e masmorras; sua desordem tem muito do encanto do mistério; o alemão conhece os caminhos tortuosos para o caos. E como toda coisa ama seu símile, o alemão ama as nuvens e tudo o que é turvo, cambiante, crepuscular úmido e velado: todo tipo de coisa incerta, inacabada, evasiva, em crescimento, ele se sente como 'profundo'. O alemão mesmo não é, ele se torna, se 'desenvolve.'"
NIETZCHE, Friedrich. p. 151-153. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro, §244. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
NIETZCHE, Friedrich. p. 151-153. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro, §244. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
sexta-feira, novembro 09, 2007
quinta-feira, novembro 08, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
Consciência do Desassossego
"Que confusão é tudo! Como ver é melhor que pensar, e ler melhor que escrever! O que vejo, pode ser que me engane, porém não o julgo meu. O que leio, pode ser que me pese, mas não me perturba o tê-lo escrito. Como tudo dói se o pensamos como conscientes de pensar, como seres espirituais em quem se deu aquele segundo desdobramento da consciência pelo qual sabemos que sabemos!"
PESSOA, Fernando. Livro do Desassosssego. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 281.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassosssego. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 281.
quarta-feira, outubro 24, 2007
Estética & Política
"Se vocês forem em política assim como são em estética,
estamos feitos".
Caetano Veloso, ao ser vaiado pela platéia durante a apresentação de "É proibido proibir" no III Festival Internacional da Canção de 1967.
estamos feitos".
Caetano Veloso, ao ser vaiado pela platéia durante a apresentação de "É proibido proibir" no III Festival Internacional da Canção de 1967.
quinta-feira, outubro 18, 2007
terça-feira, outubro 16, 2007
Sociedade Insatisfeita
"A questão existencial da vida moderna pode assim ser resumida da seguinte maneira: como podemos transformar nossa contingência em nosso destino sem renunciar à liberdade, sem nos agarrar ao corrimão da necessidade ou do fado? Como poderemos traduzir o contexto social em nosso próprio contexto sem recair em experimentos que se mostraram fúteis ou fatais, em experimentos de engenharia social ou politica redentora?"
HELLER, Agnes e FERENC,Fehér. "Da satisfação numa sociedade insatisfeita". In: A condição política pós-moderna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 35.
HELLER, Agnes e FERENC,Fehér. "Da satisfação numa sociedade insatisfeita". In: A condição política pós-moderna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 35.
quinta-feira, setembro 13, 2007
Pensamento Alemão no Século 20
O Goethe-Institut convida para o ciclo de palestras
PENSAMENTO ALEMÃO NO SÉCULO XX
Grandes protagonistas e recepção no Brasil
A Alemanha encontra-se no centro da história do século XX, afirma o historiador inglês Eric Hobsbawm. Com razão, pois a Alemanha, como nenhum outro país europeu nesse século, produziu e sofreu momentos altos e baixos, no ponto de intersecção de processos históricos universais, acompanhados por pensadores extraordinários, que marcaram profundamente a história do pensamento e, à medida que articulavam situações fundamentais do homem moderno, projetavam teorias críticas da sociedade e formulavam utopias, tornaram-se conhecidos muito além do seu país. Eles devem ser medidos pela sua própria grandeza, pois, como Nietzsche escreveu, “esse é o trabalho peculiar de todo grande pensador: ser legislador da medida, moeda e peso das coisas.“
Esse é o ponto de partida deste ciclo de palestras. Ele reúne grandes intelectuais brasileiros, que lançam um olhar sobre onze pensadores de língua alemã do século XX: Carl Schmitt, Ernst Bloch, Hannah Arendt, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas, Martin Heidegger, Max Weber, Niklas Luhmann, Sigmund Freud, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin.
Os palestrantes –Carlos Eduardo Jordão Machado, Gabriel Cohn, Gilberto Bercovici, Isabel Loureiro, Jeanne Marie Gagnebin, Jorge de Almeida, Jorge Grespan, Marcos Nobre, Renato Mezan, Vladimir Safatle e Zeljko Loparic– apresentarão os perfis desses pensadores e falarão de sua importância na história do pensamento, sua recepção no Brasil e a continuação de suas teorias, críticas e utopias no pensamento brasileiro.
A escolha dos pensadores aqui enfocados baseou-se em critérios pragmáticos. Um segundo ciclo, a ser realizado futuramente, incluirá outros tantos grandes pensadores de língua alemã, entre eles Wittgenstein, Lukács, Horkheimer, Jaspers, Gadamer e Fromm.
O ciclo pretende contribuir para a atualidade e a capacidade orientadora de posições intelectuais num mundo cada vez mais complexo e confuso, atribuindo ao pensamento a qualidade formulada pelo Galileu de Brecht na peça homônima: “Pensar é um dos maiores prazeres da raça humana.“
A programação se estenderá até 26 de novembro, com entrada franca:
17 de setembro, 19h: Max Weber (1864-1920)
Palestra: A Ética do Capitalismo | Gabriel Cohn (USP)
24 de setembro, 19h: Martin Heidegger (1889-1976)
Palestra: Fundamentos da Existência | Zeljko Loparic (PUC-SP)
1º de outubro, 19h: Herbert Marcuse (1898-1979)
Palestra: Reificação da Sociedade e Unidimensionalidade do Homem – Herbert Marcuse e a Crítica da Sociedade Capitalista Avançada | Isabel Loureiro (Instituto Rosa Luxemburg Stiftung)
8 de outubro, 19h: Carl Schmitt (1888-1985)
Palestra: A Tentativa de Uma Revolução Conservadora | Gilberto Bercovici (USP / Mackenzie)
15 de outubro, 19h: Walter Benjamin (1892-1940)
Palestra: Estética e Experiência Histórica | Jeanne Marie Gagnebin (PUC-SP / Unicamp)
22 de outubro, 19h: Ernst Bloch (1885-1977)
Palestra: Do Espírito da Utopia ao Princípio Esperança | Carlos Eduardo Machado Jordão (Unesp)
29 de outubro, 19h: Hannah Arendt (1906-1975)
Palestra: A Banalidade do Mal | Jorge Grespan (USP)
5 de novembro, 19h: Sigmund Freud (1856-1939)
Palestra: O Domínio do Inconsciente | Renato Mezan (PUC-SP)
12 de novembro, 19h: Theodor W. Adorno (1903-1969)
Palestra: Não Existe Vida Correta na Falsa | Vladimir Safatle (USP)
19 de novembro, 19h: Niklas Luhmann (1927–1998)
Palestra: A Teoria dos Sistemas Sociais de Niklas Luhmann | Marcelo Neves (PUC-SP / IDP)
26 de novembro, 19h: Jürgen Habermas (*1929)
Palestra: A Teoria Social de Jürgen Habermas | Marcos Nobre (Unicamp)
Goethe-Institut São Paulo
Rua Lisboa, 974 – Pinheiros – 11 3088-4288
PENSAMENTO ALEMÃO NO SÉCULO XX
Grandes protagonistas e recepção no Brasil
A Alemanha encontra-se no centro da história do século XX, afirma o historiador inglês Eric Hobsbawm. Com razão, pois a Alemanha, como nenhum outro país europeu nesse século, produziu e sofreu momentos altos e baixos, no ponto de intersecção de processos históricos universais, acompanhados por pensadores extraordinários, que marcaram profundamente a história do pensamento e, à medida que articulavam situações fundamentais do homem moderno, projetavam teorias críticas da sociedade e formulavam utopias, tornaram-se conhecidos muito além do seu país. Eles devem ser medidos pela sua própria grandeza, pois, como Nietzsche escreveu, “esse é o trabalho peculiar de todo grande pensador: ser legislador da medida, moeda e peso das coisas.“
Esse é o ponto de partida deste ciclo de palestras. Ele reúne grandes intelectuais brasileiros, que lançam um olhar sobre onze pensadores de língua alemã do século XX: Carl Schmitt, Ernst Bloch, Hannah Arendt, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas, Martin Heidegger, Max Weber, Niklas Luhmann, Sigmund Freud, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin.
Os palestrantes –Carlos Eduardo Jordão Machado, Gabriel Cohn, Gilberto Bercovici, Isabel Loureiro, Jeanne Marie Gagnebin, Jorge de Almeida, Jorge Grespan, Marcos Nobre, Renato Mezan, Vladimir Safatle e Zeljko Loparic– apresentarão os perfis desses pensadores e falarão de sua importância na história do pensamento, sua recepção no Brasil e a continuação de suas teorias, críticas e utopias no pensamento brasileiro.
A escolha dos pensadores aqui enfocados baseou-se em critérios pragmáticos. Um segundo ciclo, a ser realizado futuramente, incluirá outros tantos grandes pensadores de língua alemã, entre eles Wittgenstein, Lukács, Horkheimer, Jaspers, Gadamer e Fromm.
O ciclo pretende contribuir para a atualidade e a capacidade orientadora de posições intelectuais num mundo cada vez mais complexo e confuso, atribuindo ao pensamento a qualidade formulada pelo Galileu de Brecht na peça homônima: “Pensar é um dos maiores prazeres da raça humana.“
A programação se estenderá até 26 de novembro, com entrada franca:
17 de setembro, 19h: Max Weber (1864-1920)
Palestra: A Ética do Capitalismo | Gabriel Cohn (USP)
24 de setembro, 19h: Martin Heidegger (1889-1976)
Palestra: Fundamentos da Existência | Zeljko Loparic (PUC-SP)
1º de outubro, 19h: Herbert Marcuse (1898-1979)
Palestra: Reificação da Sociedade e Unidimensionalidade do Homem – Herbert Marcuse e a Crítica da Sociedade Capitalista Avançada | Isabel Loureiro (Instituto Rosa Luxemburg Stiftung)
8 de outubro, 19h: Carl Schmitt (1888-1985)
Palestra: A Tentativa de Uma Revolução Conservadora | Gilberto Bercovici (USP / Mackenzie)
15 de outubro, 19h: Walter Benjamin (1892-1940)
Palestra: Estética e Experiência Histórica | Jeanne Marie Gagnebin (PUC-SP / Unicamp)
22 de outubro, 19h: Ernst Bloch (1885-1977)
Palestra: Do Espírito da Utopia ao Princípio Esperança | Carlos Eduardo Machado Jordão (Unesp)
29 de outubro, 19h: Hannah Arendt (1906-1975)
Palestra: A Banalidade do Mal | Jorge Grespan (USP)
5 de novembro, 19h: Sigmund Freud (1856-1939)
Palestra: O Domínio do Inconsciente | Renato Mezan (PUC-SP)
12 de novembro, 19h: Theodor W. Adorno (1903-1969)
Palestra: Não Existe Vida Correta na Falsa | Vladimir Safatle (USP)
19 de novembro, 19h: Niklas Luhmann (1927–1998)
Palestra: A Teoria dos Sistemas Sociais de Niklas Luhmann | Marcelo Neves (PUC-SP / IDP)
26 de novembro, 19h: Jürgen Habermas (*1929)
Palestra: A Teoria Social de Jürgen Habermas | Marcos Nobre (Unicamp)
Goethe-Institut São Paulo
Rua Lisboa, 974 – Pinheiros – 11 3088-4288
Um Sistema Visual Brasileiro?
O propósito do seminário é o de investigar as transformações ocorridas nas linguagens visuais do Brasil num horizonte histórico amplo; portanto sem se prender a perspectivas autorais ou a manifestações estilísticas, consideradas em si ou isoladamente. De modo análogo, considera-se a cultura como esfera de simbolização geral, em situação de interação com outros processos da vida social.
O projeto do seminário parte da hipótese de que as artes visuais brasileiras vêm a alcançar na década de 1950 um patamar inédito de aglutinação e longevidade das experiências artísticas, em contraposição a um quadro endêmico de ecletismo e volubilidade, consoante à tradição cultural das nações periféricas.
As correntes do abstracionismo geométrico funcionaram como o núcleo inicial de formação de um sistema visual brasileiro moderno. A unidade dialética das concepções distintas ou opostas de arte e cultura nasceu à luz da vontade comum de modernizar e desenvolver o país. E ela se transformou qualitativamente ao longo deste processo em consciência crescente da problemática do subdesenvolvimento, principalmente a partir do golpe militar de 1964.
Deste modo, o processo de crítica e transformação dos paradigmas visuais, que leva da fundação dos grupos Ruptura e Frente à constituição programática da arte concreta e da arte neoconcreta, ao longo da década de 1950, e na década de 1960, à Nova Figuração e à Nova Objetividade, como ainda até distintos movimentos artísticos na década de 1970, assinala a consolidação de uma “causalidade interna”, a duras penas delineada em meio aos avatares da história do país.
Noutras palavras, a chave de constituição da causalidade interna, mediante a qual, na definição Antonio Candido, a produção das obras é influenciada “não por modelos estrangeiros imediatos, mas por exemplos nacionais anteriores”, consiste na articulação entre as artes visuais e a consciência da problemática do subdesenvolvimento.
A tônica dominante se mostra bem outra desde o início da década de 1980. A tendência pró-capitalista predomina e permeia todos os setores da vida social e simbólica. A lógica deste ponto de vista é a de que não existe alternativa ao capitalismo e à “globalização”, ou a de que o “mercado” constitui a única realidade possível. Concomitantemente entraram em desuso as práticas de reflexão histórica. O fim do ciclo histórico da arte moderna ou das vanguardas, que no Brasil constituíram fenômenos tardios, vigentes até a década de 1970, foi acompanhado pelo fim da esfera simbólica e social da crítica.
Uma nova questão se delineia neste quadro, relativamente à perspectiva posta anteriormente, acerca da formação de um sistema visual brasileiro: como as esferas da cultura e das artes – que antes pareciam em rota de colisão com a modernização conservadora – vieram a ser abrangidas e incluídas nesta última?
Para ter acesso à programação do seminário clique no título deste post.
terça-feira, agosto 28, 2007
segunda-feira, agosto 27, 2007
Homem Superior
A única atitude digna de um homem superior é o persistir tenaz de uma atividade que se reconhece inútil, o hábito de uma disciplina que se sabe estéril, e o uso fixo de normas de pensamento filosófico e metafísico cuja importância se sente ser nula.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 117.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 117.
Quem sou eu?
Giorgio de Chirico, A esfinge questionando Édipo, 1966.
“Quem sou eu? (...) Além de toda espécie de singularidades que reconheço em mim, de afinidades que sinto, de atrações que sofro, de acontecimentos que me ocorram e ocorram somente a mim, além da quantidade de movimentos que me vejo fazer, de emoções que somente eu experimento, esforço-me, em relação aos outros homens, por saber em que consiste, ou pelo menos se deve, essa minha diferenciação. Não será à medida exata que eu tomar consciência dela que poderei ficar sabendo o que vim fazer nesse mundo, e qual a mensagem ímpar de que sou portador, a ponto de só a minha cabeça poder responder por seu destino?”
André Breton, Nadja. São Paulo: Cosac & Naify, 2006.
quinta-feira, agosto 23, 2007
Sonhos de um Visionário
Das Schattenreich ist das Paradies des Phantasten.
KANT, Immanuel. "Träume eines Geistersehrs, erläutert durch Träume der Metaphysik". In: Immanuel Kant: Vorkritische Schriften bis 1768. Wiesbaden: Insel Verlag, 1998. p. 923.
O reino das sombras é o paraíso dos fantasistas.
KANT, Immanuel. "Sonhos de um visionário explicados por sonhos da metafísica". In: Escritos pré-críticos. São Paulo: Ed. Unesp, 2005, p. 143.
KANT, Immanuel. "Träume eines Geistersehrs, erläutert durch Träume der Metaphysik". In: Immanuel Kant: Vorkritische Schriften bis 1768. Wiesbaden: Insel Verlag, 1998. p. 923.
O reino das sombras é o paraíso dos fantasistas.
KANT, Immanuel. "Sonhos de um visionário explicados por sonhos da metafísica". In: Escritos pré-críticos. São Paulo: Ed. Unesp, 2005, p. 143.
terça-feira, agosto 21, 2007
Things that might have been
Penso nas coisas que poderiam ter sido e não foram.
O tratado de mitologia saxônia que Beda não escreveu.
A obra inconcebível que a Dante foi dado entrever, talvez,
Já corrigido o último verso da Comédia.
A história sem a tarde da Cruz e sem a tarde da cicuta.
A história sem o rosto de Helena.
O homem sem os olhos, que nos depararam a lua.
Nas três jornadas de Gettysburg, a vitória do Sul.
O amor que não compartilhamos.
O dilatado império que os Vikings não quiseram fundar.
O orbe sem a roda ou sem a rosa.
O juízo de John Donne sobre Shakespeare.
O outro corno do Unicórnio.
A ave fabulosa da Irlanda, que está em dois lugares a um só tempo.
O filho que não tive.
BORGES, Jorge Luis. "Things that might have been", História da Noite, Obras completas III. São Paulo: Globo, 1999, p. 207.
O tratado de mitologia saxônia que Beda não escreveu.
A obra inconcebível que a Dante foi dado entrever, talvez,
Já corrigido o último verso da Comédia.
A história sem a tarde da Cruz e sem a tarde da cicuta.
A história sem o rosto de Helena.
O homem sem os olhos, que nos depararam a lua.
Nas três jornadas de Gettysburg, a vitória do Sul.
O amor que não compartilhamos.
O dilatado império que os Vikings não quiseram fundar.
O orbe sem a roda ou sem a rosa.
O juízo de John Donne sobre Shakespeare.
O outro corno do Unicórnio.
A ave fabulosa da Irlanda, que está em dois lugares a um só tempo.
O filho que não tive.
BORGES, Jorge Luis. "Things that might have been", História da Noite, Obras completas III. São Paulo: Globo, 1999, p. 207.
sexta-feira, agosto 17, 2007
As Formas Literárias da Filosofia
Por Jeanne Marie Gagnebin
A imagem da literatura como sendo uma linguagem bela, mas vazia, que precisa de "recheio filosófico" para não se reduzir a uma brincadeira tão graciosa quanto fútil, tem seu oposto simétrico numa representação da filosofia como "pura" atividade intelectual, séria, profunda, complicada e incompreensível para o comum dos mortais (que, aliás, passa muito bem sem ela, o que torna questionável sua reiterada importância). Nesta estranha atividade, reservada a poucos, a comunicabilidade não importa tanto. Até no próprio meio filosófico, por exemplo na academia, reina certa desconfiança em relação aos aspectos formais mais apurados de uma palestra oral ou de um texto escrito de filosofia. Geralmente, estes aspectos são vistos como concessões ao público, ornamentos estilísticos prescindíveis, ou, ainda, como algo meramente metafórico ou meramente retórico. Ora, a afirmação implícita da existência de uma dimensão "meramente metafórica" ou "meramente retórica" repousa numa concepção acrítica, dogmática e mesmo trivial das relações entre pensamento e linguagem: como se o pensamento se elaborasse a si mesmo numa altivez soberana sem o tatear na temporalidade das palavras que, no entanto, o constitui. Dito de maneira mais simples: a concepção da literatura como algo belo, mas ornamental, superficial, supérfluo, e a concepção da filosofia como algo verdadeiro, mas difícil, incompreensível e profundo, esses dois clichês complementares perpetuam, no mais das vezes, privilégios estabelecidos e territórios de poder no interior de uma partilha, social e historicamente constituída, entre vários tipos de saber. Assim, os escritores e os poetas poderiam se dedicar ao sucesso e ao entretenimento, enquanto os filósofos continuariam aureolados pela busca desinteressada da verdade.
Na introdução ao livro citado no início deste artigo [As formas literárias da filosofia], Gottfried Gabriel afirma que a filosofia, desde seu nascimento, oscila entre duas formas de saber/sabedoria, entre a Dichtung (a criação poética no sentido amplo) e a Wissenschaft, a ciência no sentido mais rigoroso. No decorrer de sua história, podemos, então, observar um movimento pendular: quanto se aproxima demais da poesia, a filosofia envereda novamente para o lado da ciência -- e quando esta última ameaça abocanhá-la, ela se volta novamente para uma dimensão de sabedoria mais poética. Esta observação tem o mérito de apontar para o estatuto ambíguo da atividade filosófica, desde seu início grego. Marcel Détienne lembra que a figura do filósofo é uma formação híbrida oriunda da tradição religiosa da sabedoria, em particular do pitagorismo, e, simultaneamente, da afirmação, na polis democrática, da dignidade e do poder da palavra racional -- logos -- e da autonomia da organização política. Esta ambigüidade também pode ser vista como fonte de riqueza; ela perdura até hoje, sob configurações e refigurações históricas diversas.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. "As formas literárias da filosofia," in: Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006. pp. 201 e seguintes.
A imagem da literatura como sendo uma linguagem bela, mas vazia, que precisa de "recheio filosófico" para não se reduzir a uma brincadeira tão graciosa quanto fútil, tem seu oposto simétrico numa representação da filosofia como "pura" atividade intelectual, séria, profunda, complicada e incompreensível para o comum dos mortais (que, aliás, passa muito bem sem ela, o que torna questionável sua reiterada importância). Nesta estranha atividade, reservada a poucos, a comunicabilidade não importa tanto. Até no próprio meio filosófico, por exemplo na academia, reina certa desconfiança em relação aos aspectos formais mais apurados de uma palestra oral ou de um texto escrito de filosofia. Geralmente, estes aspectos são vistos como concessões ao público, ornamentos estilísticos prescindíveis, ou, ainda, como algo meramente metafórico ou meramente retórico. Ora, a afirmação implícita da existência de uma dimensão "meramente metafórica" ou "meramente retórica" repousa numa concepção acrítica, dogmática e mesmo trivial das relações entre pensamento e linguagem: como se o pensamento se elaborasse a si mesmo numa altivez soberana sem o tatear na temporalidade das palavras que, no entanto, o constitui. Dito de maneira mais simples: a concepção da literatura como algo belo, mas ornamental, superficial, supérfluo, e a concepção da filosofia como algo verdadeiro, mas difícil, incompreensível e profundo, esses dois clichês complementares perpetuam, no mais das vezes, privilégios estabelecidos e territórios de poder no interior de uma partilha, social e historicamente constituída, entre vários tipos de saber. Assim, os escritores e os poetas poderiam se dedicar ao sucesso e ao entretenimento, enquanto os filósofos continuariam aureolados pela busca desinteressada da verdade.
Na introdução ao livro citado no início deste artigo [As formas literárias da filosofia], Gottfried Gabriel afirma que a filosofia, desde seu nascimento, oscila entre duas formas de saber/sabedoria, entre a Dichtung (a criação poética no sentido amplo) e a Wissenschaft, a ciência no sentido mais rigoroso. No decorrer de sua história, podemos, então, observar um movimento pendular: quanto se aproxima demais da poesia, a filosofia envereda novamente para o lado da ciência -- e quando esta última ameaça abocanhá-la, ela se volta novamente para uma dimensão de sabedoria mais poética. Esta observação tem o mérito de apontar para o estatuto ambíguo da atividade filosófica, desde seu início grego. Marcel Détienne lembra que a figura do filósofo é uma formação híbrida oriunda da tradição religiosa da sabedoria, em particular do pitagorismo, e, simultaneamente, da afirmação, na polis democrática, da dignidade e do poder da palavra racional -- logos -- e da autonomia da organização política. Esta ambigüidade também pode ser vista como fonte de riqueza; ela perdura até hoje, sob configurações e refigurações históricas diversas.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. "As formas literárias da filosofia," in: Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006. pp. 201 e seguintes.
segunda-feira, agosto 13, 2007
Pequenos Passos
Para Cláudia Campos
Pas a pas
Nulle part
Nul seul
Ne sait comment
Petits pas
Nulle part
Obstinément
Passo a passo
Em parte alguma
Ninguém só
Sabe como
Pequenos passos
Em parte alguma
Obstinadamente
Poema de Samuel Beckett
dedicado a Herbert Marcuse
em seu 80º aniversário.
Pas a pas
Nulle part
Nul seul
Ne sait comment
Petits pas
Nulle part
Obstinément
Passo a passo
Em parte alguma
Ninguém só
Sabe como
Pequenos passos
Em parte alguma
Obstinadamente
Poema de Samuel Beckett
dedicado a Herbert Marcuse
em seu 80º aniversário.
Correspondência Rosemont/Marcuse
Marcuse Surrealista?
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