O fio que a mão de Ariadne deixou na mão de Teseu (na outra estava a espada) para que este adentrasse o labirinto e descobrisse o centro, o homem com cabeça de touro ou, como quer Dante, o touro com cabeça de homem, e o matasse e pudesse, já executada a proeza, destecer as redes de pedra e voltar para ela, para seu amor.
As coisas aconteceram assim. Teseu não podia saber que do outro lado do labirinto estava o outro labirinto, o do tempo, e que em algum lugar prefixado estava Medeia.
O fio se perdeu; o labirinto perdeu-se, também. Agora nem sequer sabemos se nos rodeia um labirinto, um secreto cosmos ou um caos fortuito. Nunca daremos com o fio; talvez o encontremos para perdê-lo em um ato de fé, em uma cadência, no sonho, nas palavras que se chamam filosofia ou na pura e simples felicidade.
Cnossos, Grécia, 1984.
Jorge Luis Borges. "O fio da fábula", in: Obras completas, vol. III.
(São Paulo: Globo, 1999, p. 540).
Nessas idas e vindas por onde se passeia virtualmente, nem sempre se deixa rastro ou previsão de retorno, salvo algumas exceções.
ResponderExcluirMe senti à vontade por aqui. Representada ora por imagens, ora por palavras que me dizem muito.
Daí o "rastro" e a vontade de continuar sendo visita constante.
Parabéns pelo espaço, Aléxia!
Um abraço.
Oi, Nina,
ResponderExcluirObrigada pela atenção, pelas palavras amáveis, pelas afinidades compartilhadas...
Aqui, sinta-se não apenas à vontade, mas "em casa" : )
E, claro, volte sempre!
Abraços,
Aléxia