quinta-feira, dezembro 17, 2009

Sonho como Criação Dramática

Se o fato de sonhar fosse uma espécie de criação dramática, então aconteceria que o sonho é o mais antigo dos gêneros literários, inclusive anterior à humanidade, porque, como lembra um poeta latino, os animais também sonham. E viria a ser um fato de índole dramática, como uma peça na qual somos o autor, o ator, e também o edifício, o teatro. Ou seja, à noite, todos somos, de alguma maneira, dramaturgos.

Jorge Luis Borges e Osvaldo Ferrari. Sobre os sonhos e outros diálogos. São Paulo, Hedra, 2009.

terça-feira, dezembro 01, 2009

domingo, novembro 29, 2009

O Anel dos Nibelungos, Richard Wagner (1848-74)


Josef Hoffmann, O Ouro do Reno, 1876.


Josef Hoffmann, As Valquírias, 1876.


Josef Hoffmann, Siegfried, 1876.


Josef Hoffmann, O Crepúsculo dos Deuses, 1876.

sexta-feira, novembro 06, 2009

O Grito Expressionista


Edvard Munch, O grito, 1893.

"O homem grita das profundezas de sua alma, a época toda se transforma num grito isolado, perfurante. A arte também grita, dentro da profunda escuridão, grita por socorro, grita pelo espírito. Isso é expressionismo."

Hermann Bahn, Expressionismus (1914-1916), in: R. S. Furness. Expressionismo. São Paulo: Perspectiva, 1990.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Se não for Staroup, proteste!


W/Brasil, Passeata, Leão de Ouro, Cannes 1988.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Frederico, O grande, por Andy Warhol, c. 1986


Andy Warhol, Friedrich II, c. 1986, Schloss Sanssouci, Potsdam.

terça-feira, outubro 06, 2009

Riesen in Berlin, 2009


Riesen, Berlin, 3. Oktober 2009.

Para saber mais sobre o evento, clique no título deste post.

quinta-feira, outubro 01, 2009

John Everett Millais, Ophelia, 1852


John Everett Millais, Ophelia, 1852, Tate Gallery, London.

domingo, setembro 20, 2009

Henry Fuseli, Brunhilde,1807


Johann Heinrich Füssli, Brunhilde olhando Gunther, 1807.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Aprendendo a Ensinar por Constelações

O convite de Walter Benjamin à educação



Com uma produção heterogênea e, muitas vezes, fragmentária, Walter Benjamin é um pensador instigante, cujas contribuições para a educação são indissociáveis do restante de sua obra

Aléxia Cruz Bretas

Vale lembrar que a biografia deste autor alemão encantado por Paris é indelevelmente marcada pelas contingências históricas que atravessam toda a primeira metade do século XX, refletindo-se não apenas no teor fortemente político de ensaios como “Teorias do fascismo alemão” (1930) e “Experiência e pobreza” (1933), mas também no caráter provisório e descontínuo de trabalhos controvertidos como as Passagens (1927-1940).

Seja como for, o legado de Walter Benjamin para a educação pode ser auferido no volume com a compilação de suas Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação, mas, absolutamente, não se restringe a ele. Na medida em que boa parte de seus escritos questionam – direta ou indiretamente – as convenções predominantes entre as grandes corporações de ensino, é preciso que se atente para as perspectivas abertas por uma ainda embrionária teoria da aprendizagem, cuja base se assenta sobre uma tríplice crítica: 1) crítica ao declínio dos modos tradicionais de experiência, discurso e narração; 2) crítica à excessiva compartimentalização e instrumentalização das disciplinas ditas especializadas; 3) crítica à pretensa neutralidade do processo de aquisição, tratamento e transmissão do conhecimento.

A partir destas considerações preliminares, chega-se não exatamente a um programa ou pauta de ensino, mas a um projeto in progress, a ser potenciado por educadores, professores e intérpretes – talvez, por isso, seja mais adequado referir-se a uma tarefa ou a um convite, e não propriamente a uma herança ou legado.

A questão do método
“Método é caminho indireto, é desvio.” Com esta sentença, tão paradoxal quanto provocadora, Walter Benjamin justifica o caráter labiríntico de seu polêmico livro do Barroco, resumindo a metodologia anticartesiana que o acompanhará dos primeiros aos últimos textos. A despeito da sumária rejeição pelo conservador meio acadêmico alemão dos anos 20, seu trabalho de juventude contém algumas das proposições mais fundamentais para a compreensão de seu modo bastante peculiar de – nas palavras de Adorno – filosofar mesmo contra a própria filosofia.

Isso quer dizer que, a fim de encontrar formas alternativas para representar o que, muitas vezes, escapa às categorias e procedimentos autorizados pela ciência, Benjamin se vale de recursos “limítrofes” como a técnica da montagem, a metáfora ou a alegoria. Donde resulta um pensamento essencialmente plástico, não-linear, composto de pequenos fragmentos significativos agrupados segundo uma lógica imprevista – como os mosaicos góticos ou as colagens dadaístas.

“As ideias se relacionam com as coisas, assim como as constelações com as estrelas.” Com esta sugestiva analogia, Benjamin pretende levar adiante sua iniciativa de resgatar os fenômenos, eventos ou casos particulares, que por suas características excepcionais, não são englobados pela dinâmica universalizante dos conceitos, permanecendo, pois, à margem do conhecimento dito “oficial.” Aqui, o exemplo utilizado pelo autor é o do drama barroco alemão – na época, não levado a sério pelos estudiosos, pelo fato de não se enquadrar dentro do que Aristóteles, um dia, definira através de seu canônico conceito de tragédia.

Da narrativa à informação

Ainda com relação ao livro do Barroco, Benjamin ressalta a necessidade de encontrar uma forma de apresentação que esteja à altura dos impactantes acontecimentos históricos. Na verdade, a motivação de revelar o lado oculto das coisas à luz de sua irredutível temporalidade é um dos traços mais expressivos da experiência intelectual do autor de ensaios inevitavelmente marcados pelo trauma da guerra – como, por exemplo, “O narrador” (1936).

Chamando atenção para um fato que até hoje repercute diretamente sobre o processo de assimilação e compartilhamento de conteúdos culturais os mais diversos, ele constata: a arte de narrar está em vias de extinção. Segundo o autor, com o desenvolvimento das forças produtivas, teríamos progressivamente perdido a faculdade de intercambiar experiências comunicáveis. O primeiro anúncio de seu desgaste é dado pelo surgimento do romance, ainda no início do período moderno. Fundamentalmente, o que distingue o romance da narrativa é que ele está essencialmente vinculado ao livro – daí a enorme importância da invenção da imprensa para sua difusão.

Mas não é só isso. Com a consolidação da burguesia e o acelerado aprimoramento das novas técnicas de reprodução, surge uma outra forma de comunicação, substancialmente diferente tanto da narrativa, quanto do romance: a informação. Apontando para as possíveis consequências deste fenômeno para a preservação da tradição oral e, por extensão, da memória coletiva, ele compara: “A informação só tem valor no momento em que é nova. Ela só vive nesse momento, precisa entregar-se inteiramente a ele e sem perda de tempo tem que se explicar. Muito diferente é a narrativa. Ela não se entrega. Ela conserva suas forças e depois de muito tempo ainda é capaz de se desenvolver.”

Escovar a história a contrapelo

No entanto, apesar de diagnosticar um certo enfraquecimento das formas seculares de acesso e propagação do conhecimento, Benjamin não se volta nostalgicamente para um passado mítico imune às transformações históricas, mas vislumbra no âmago mesmo do desenvolvimento das novas tecnologias as chances para uma abrangente revolução social. Tanto que, no ensaio onde discute as perspectivas inauguradas pela fotografia e o cinema, o autor defende que a perda da “aura” seria o prenúncio de um processo irreversível, no qual as obras de arte trocariam seu valor de culto por seu valor de exposição. Isso quer dizer que, emancipadas do aqui-e-agora no qual foram criadas, elas deixariam a “existência parasitária” da tradição para alcançar o horizonte político propriamente dito. Segundo ele, mediante esta significativa virada, não só o plano da percepção estética, mas todo o âmbito da existência material se modificaria qualitativamente.

Não é supérfluo observar que se Benjamin insiste na urgência de uma ruptura com os dispositivos da ordem vigente, isso se deve não apenas às singularidades da conjuntura política alemã desde a ascensão de Hitler ao poder em 1933, mas à consciência mesma de que este catastrófico “estado de exceção” só foi possível sustentado por um longo e contínuo caminho percorrido pela civilização desde os primórdios.

Assim, antecipando aquilo que Adorno e Horkheimer chamarão de “autodestruição da razão” em sua célebre Dialética do Esclarecimento (1947), ele pondera em suas teses “Sobre o conceito de história” (1940): “Todos os bens históricos (...) têm uma origem sobre a qual não se pode refletir sem horror. Devem sua existência não somente ao esforço dos grandes gênios que as criaram, como à corvéia anônima dos seus contemporâneos. Nunca houve um monumento de cultura que não fosse também um monumento da barbárie. E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialista histórico se desvia dela. Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo.”

Pode bem ser que a disposição de “salvar” aqueles aspectos, muitas vezes, negligenciados pelos protocolos do saber oficial, e com estes “restos” compor uma nova constelação de conhecimentos a serem apropriados pelas próximas gerações seja, no fim, a maior e mais duradoura contribuição de Walter Benjamin para a educação – quem sabe, seu “salto tigrino” pelo céu da história.

Algumas obras do autor
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Ed. 34, 2002.
__________. Origem do drama barroco alemão. São Paulo: Brasiliense, 1984.
__________. Obras escolhidas, Vols. 1-3. São Paulo: Brasiliense, 1995.
__________. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

Sobre o autor
BRETAS, Aléxia. A constelação do sonho em Walter Benjamin. São Paulo: Humanitas, 2008.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Walter Benjamin: os cacos da história. São Paulo: Brasiliense, 1993.
_________. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 1999.
LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. São Paulo: Boitempo, 2005.
MATOS, Olgária. A Escola de Frankfurt: luzes e sombras do Iluminismo. São Paulo: Moderna, 2006.
PALHARES, Taísa. Aura – a crise da arte em Walter Benjamin. São Paulo: Barracuda, 2006.
ROUANET, Sérgio Paulo. Édipo e o anjo: itinerários freudianos em Walter Benjamin. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1990.
WIGGERSHAUS, Rolf. A Escola de Frankfurt: história, desenvolvimento teórico, significação política. Rio de Janeiro: Difel, 2002.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Günther e Kriemhild, Henry Fuseli, 1807


Henry Fuseli, Ilustração de "A Canção dos Nibelungos," 1807.

domingo, agosto 30, 2009

Lange Nacht der Museen, Berlin, 2009


Ton-Licht-Inszenierung, 25. Lange Nacht der Museen, Berlin, 2009.

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quarta-feira, julho 29, 2009

sexta-feira, julho 24, 2009

terça-feira, julho 14, 2009

Os 22 Arcanos Maiores do Tarô Mitológico


1. Hermes. Diego Velázquez, Mercúrio e Argos, 1659.



2. Perséfone. Niccolò dell' Abbate, O rapto de Perséfone, c. 1570. Óleo sobre tela, 196 x 220 cm, Museu do Louvre, Paris.



3. Deméter. Frederic Leighton, O retorno de Perséfone, 1891.



4. Zeus. Jean Auguste Dominique Ingres, Júpiter e Tétis, 1811. Óleo sobre tela, 327 x 260 cm, Museu Granet de Aix-en-Provence.



5. Quíron. Pierre Puget, A educação de Aquiles por Quíron, c. 1690. Óleo sobre tela, Museu de Belas Artes, Marselha.



6. Paris. Lucas Cranach, o velho, O julgamento de Paris, c. 1528. Óleo sobre madeira, 101,9 x 71,1 cm, MoMa, Nova Iorque.



7. Ares. Jacques-Louis David, O combate de Marte e Minerva, 1771. Óleo sobre tela, 146 x 181 cm, Museu do Louvre, Paris.



8. Atená. Gustav Klimt, Palas Atenas, 1898. Óleo sobre tela, 75 x 75 cm, Historisches Museum, Viena.



9. Cronos. Francisco Goya, Saturno devorando um de seus filhos, 1819-23. Plaster mounted on canvas, 146 x 83 cm, Museu do Prado, Madri.



10. As Parcas. O triunfo da morte ou as três Parcas, 1510-1520. Tapeçaria flamenca, Bruxelas.



11. Hércules. Antônio Polaiuolo, Hércules e a Hidra, 1403. 18 x 12 cm, Galleria degli Uffizi, Florença.



12. Prometeu. Dirck van Babuen, Prometeu sendo acorrentado por Vulcano, 1623. Óleo sobre tela, 202 x 184 cm, Rijksmuseum, Amsterdã.



13. Tânatos. Hans Baldung Grien, A morte e a donzela, 1518-20.



14. Íris. Pierre-Narcisse Guérin, Morfeu e Íris, 1811. Óleo sobre tela, 251 x 178 cm, The Hermitage, São Petersburgo.



15. Pã. Nicolas Poussin, O triunfo de Pã, 1636. Óleo sobe tela, 134 x 145 cm, National Gallery, Londres.



16. A Torre. Pieter Bruegel, o velho, A torre de Babel, 1563. Óleo sobre painel de carvalho, 114 x 155 cm, Kunsthistorischesmuseu, Viena



17. Pandora. Odilon Redon, Pandora, 1910.



18. Hécate. William Blake, Hécate, 1795.



19. Apolo. Giovanni Battista Tiepolo, Apolo e os continentes (detalhe), 1732-33. Afresco, Würzburg.



20. O Julgamento. Fra Angelico, Tríptico: o juízo final, c. 1450, 103 x 65 cm (central), Staatliche Museen, Berlim.



21. Baco. Diego Rodriguez Velázquez, O triunfo de Baco, c. 1629. Óleo sobre tela, 165 x 225 cm, Museu do Prado, Madri.



22. O Mundo. Hieronymus Bosch, O jardim das delícias terrenas (painel central), c. 1500. Óleo sobre painel, 220 x 195 cm, Museu do Prado, Madri.

sexta-feira, julho 10, 2009

Os 5 sentidos, por Jan Brueghel, 1618


Jan Brueghel, O sentido da audição, 1618.


Jan Brueghel, O sentido da visão, 1618.


Jan Brueghel, O sentido do olfato, 1618.


Jan Brueghel, O sentido do paladar, 1618.


Jan Brueghel, O sentido do tato, 1618.


Jan Brueghel, Os sentidos da audição, tato e paladar, 1618.
Óleo sobre painel, Museu do Prado, Madri.

quinta-feira, julho 09, 2009

Melancolia


Pieter Codde, Jovem em seu estudo: Melancolia, 1630.

segunda-feira, julho 06, 2009

Paisagem


Caspar David Friedrich, Amanhecer nas montanhas, 1822-23.

"Pode soar impertinente, mas diria que aquilo que pertence à cultura alemã eu trouxe comigo para a América. O que não podia trazer e por essa razão sempre vou de bom grado à Alemanha, por pouco tempo, é justamente a paisagem."

Herbert Marcuse. "Herbert Marcuse -- vida e obra," in: LOUREIRO, Isabel (org.) A grande recusa hoje. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 14.

terça-feira, junho 16, 2009

O sonho como porta-voz das mensagens divinas


Giotto de Bondone, Cena da vida de Joaquim: o sonho de Joaquim, 1304-06.


Giotto de Bondone, A lenda de São Francisco: o sonho do palácio (detalhe), 1297-99.


Rogier van der Weyden, O sonho do papa Sergius, 1437-40.


Piero della Francesca, O sonho de Constantino, 1455.


Vittore Carpaccio, O sonho de Santa Úrsula, 1495.


Antônio de Pareda, O sonho do cavaleiro, s/d.


Rembrandt, O sonho de José, 1645.


Georges de la Tour, O sonho de São José, 1640.


Luca Giordano, O sonho de Salomão, 1693.


Adam Elsheimer, O sonho de Jacó, s/d.


Giovanni Batista Tiepolo, O sonho de Jacó, 1726-29.