quinta-feira, novembro 27, 2008
sábado, novembro 22, 2008
Olhares
"Eis a grande arma da coqueteria virtuosa. Podemos tudo falar com um olhar e, entretanto, sempre podemos negar um olhar, pois ele não pode ser repetido textualmente."
Stendhal, "Os olhares". In: Do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 59.
Stendhal, "Os olhares". In: Do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 59.
quinta-feira, novembro 20, 2008
Paraísos Perdidos
terça-feira, novembro 18, 2008
Televisão, por Nelson Rodrigues
quinta-feira, novembro 13, 2008
Sobre a leitura e os livros
Francisco Goya, Caprichos (39), 1799.
"Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: apenas repetimos seu processo mental, do mesmo modo que um estudante, ao aprender a escrever, refaz apenas os traços que seu professor faz a lápis.Quando lemos, somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar. É por isso que sentimos um alívio ao passarmos da ocupação com nossos próprios pensamentos para a leitura. No entanto, a nossa cabeça é, durante a leitura, apenas uma arena de pensamentos alheios. Quando eles se retiram, o que resta? Em conseqüência disso, quem lê muito e quase o dia todo, mas nos intervalos passa o tempo sem pensar nada, perde gradativamente a capacidade de pensar por si mesmo -- como alguém que, de tanto cavalgar, acabasse desaprendendo a andar. Mas este é o caso de muitos eruditos: leram até ficarem burros. Pois a leitura contínua, retomada de imediato a cada momento livre, imobiliza o espírito mais do que o trabalho manual contínuo, já que é possível entregar-se a seus próprios pensamentos durante esse trabalho. Assim como uma mola acaba perdendo sua elasticidade pela pressão incessante de outro corpo, o espírito perde a sua pela imposição constante de pensamentos alheios. E, assim como o excesso de alimentação faz mal ao estômago e dessa maneira acaba afetando o corpo todo, também é possível, com excesso de alimento espiritual, sobrecarregar e sufocar o espírito. Pois, quanto mais se lê, menor a quantidade de marcas deixadas no espírito pelo que foi lido: ele se torna como um quadro com muitas coisas escritas sobre as outras. Com isso não se chega à ruminação: mas é só por meio dela que nos apropriamos do que foi lido, assim como as refeições não nos alimentam quando comemos, e sim quando digerimos. Em contrapartida, se alguém lê continuamente, sem parar para pensar, o que foi lido não cria raízes e se perde em grande parte. Em todo caso, com o alimento espiritual ocorre a mesma coisa que com o corporal: só a qüinquagéssima parte do que alguém absorve é assimilada, o resto se perde pela transpiração, respiração e, assim por diante. Além de tudo, os pensamentos postos em papel não passam, em geral, de um vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprio olhos".
Arthur Schopenhauer.A arte de escrever. Porto Alegre: L&PM, 2008, pp. 127-129.
sábado, novembro 08, 2008
Pensando o Impensável: Heidegger
BBC Documentary, Human All Too Human, Heidegger: Thinking the Unthinkable, Part I.
Apoteose do Absurdo
Absurdemos a vida, de leste a oeste.
Fernando Pessoa, O livro do desassossego.
(São Paulo, Companhia de Bolso, 2006, p. 345.)
Fernando Pessoa, O livro do desassossego.
(São Paulo, Companhia de Bolso, 2006, p. 345.)