quinta-feira, novembro 27, 2008

sábado, novembro 22, 2008

Olhares

"Eis a grande arma da coqueteria virtuosa. Podemos tudo falar com um olhar e, entretanto, sempre podemos negar um olhar, pois ele não pode ser repetido textualmente."
Stendhal, "Os olhares". In: Do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 59.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Paraísos Perdidos


Gustave Doré, ilustração de Paradise Lost de John Milton.

"Os verdadeiros paraísos são sempre os paraísos perdidos."

Marcel Proust, 1927

terça-feira, novembro 18, 2008

Televisão, por Nelson Rodrigues


Ford Madox Brown, Romeu e Julieta, 1870.

"Televisão é horário. Com horário nobre, Dias Gomes passa por Shakespeare. Sem horário nobre, Shakespeare passa por Dias Gomes. Às vezes é uma diferença de dez minutos".
Nelson Rodrigues. Flor de Obsessão. São Paulo, Companhia das Letras, 1997, p. 164.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Sobre a leitura e os livros


Francisco Goya, Caprichos (39), 1799.

"Quando lemos, outra pessoa pensa por nós: apenas repetimos seu processo mental, do mesmo modo que um estudante, ao aprender a escrever, refaz apenas os traços que seu professor faz a lápis.Quando lemos, somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar. É por isso que sentimos um alívio ao passarmos da ocupação com nossos próprios pensamentos para a leitura. No entanto, a nossa cabeça é, durante a leitura, apenas uma arena de pensamentos alheios. Quando eles se retiram, o que resta? Em conseqüência disso, quem lê muito e quase o dia todo, mas nos intervalos passa o tempo sem pensar nada, perde gradativamente a capacidade de pensar por si mesmo -- como alguém que, de tanto cavalgar, acabasse desaprendendo a andar. Mas este é o caso de muitos eruditos: leram até ficarem burros. Pois a leitura contínua, retomada de imediato a cada momento livre, imobiliza o espírito mais do que o trabalho manual contínuo, já que é possível entregar-se a seus próprios pensamentos durante esse trabalho. Assim como uma mola acaba perdendo sua elasticidade pela pressão incessante de outro corpo, o espírito perde a sua pela imposição constante de pensamentos alheios. E, assim como o excesso de alimentação faz mal ao estômago e dessa maneira acaba afetando o corpo todo, também é possível, com excesso de alimento espiritual, sobrecarregar e sufocar o espírito. Pois, quanto mais se lê, menor a quantidade de marcas deixadas no espírito pelo que foi lido: ele se torna como um quadro com muitas coisas escritas sobre as outras. Com isso não se chega à ruminação: mas é só por meio dela que nos apropriamos do que foi lido, assim como as refeições não nos alimentam quando comemos, e sim quando digerimos. Em contrapartida, se alguém lê continuamente, sem parar para pensar, o que foi lido não cria raízes e se perde em grande parte. Em todo caso, com o alimento espiritual ocorre a mesma coisa que com o corporal: só a qüinquagéssima parte do que alguém absorve é assimilada, o resto se perde pela transpiração, respiração e, assim por diante. Além de tudo, os pensamentos postos em papel não passam, em geral, de um vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprio olhos".
Arthur Schopenhauer.A arte de escrever. Porto Alegre: L&PM, 2008, pp. 127-129.

sábado, novembro 08, 2008

Pensando o Impensável: Heidegger


BBC Documentary, Human All Too Human, Heidegger: Thinking the Unthinkable, Part I.

Apoteose do Absurdo

Absurdemos a vida, de leste a oeste.
Fernando Pessoa, O livro do desassossego.
(São Paulo, Companhia de Bolso, 2006, p. 345.)

sexta-feira, novembro 07, 2008

Exquisite Grotesque


Saint Clair Cemin, Chimera Cogitans, 1998, Inhotim, MG, Brasil.

"Come forth my lovely languorous Sphinx! and
put your head upon my knee!"

Oscar Wilde. "The Sphinx", in: The Complete Works of Oscar Wilde. (London, Harper Perennial Modern Classics Edition, 2008, p. 833.)