quarta-feira, maio 27, 2009

Os Don Juan x os Werther


Max Slevogt, O cantor Francisco D'Andrade como Don Giovanni na ópera de Mozart, 1912.

"A publicidade é necessária ao triunfo dos Don Juan, como o segredo ao triunfo dos Werther."

STENDHAL. Do amor. Porto Alegre: L&PM, 2007, p. 182.

terça-feira, maio 26, 2009

Mignon, o divino andrógino de Goethe


Wilhelm von Schadow, Mignon, 1828.

"Deixa-me parecer até que seja;
Não me despojes desta branca túnica!
Depressa me afastarei da bela terra
Para descer a essa sólida morada.

Nela desfrutarei um pouco de paz
E meus olhos se abrirão renovados;
Deixarei então este puro envoltório,
E abandonarei o cinturão e a coroa.

E esses entes celestiais
Não perguntam se és homem ou mulher,
E nenhum traje, nenhuma prega
Envolvem o corpo glorificado.

Sim, vivo sem preocupação nem esforço,
Mas sinto dores por demais profundas;
De mágoa envelheci antes do tempo;
Dai-me de novo e para sempre a juventude!"

J. W. von GOETHE, Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister.
São Paulo: Ed. 34, 2006, p. 491.

quinta-feira, maio 21, 2009

O sonho de Heinrich von Ofterdingen


Henri Rousseau, O cigano adormecido, 1897.

"Tenho a impressão de que o sonho é uma proteção contra a regularidade e a banalidade da vida, uma livre recriação da fantasia onde todas as imagens são embaralhadas e a contínua seriedade dos adultos é rompida através de um alegre jogo infantil. Sem os sonhos nós envelheceríamos mais cedo e, por isso, mesmo que não venham diretamente do alto, pode-se considerá-los uma dádiva divina."
NOVALIS. Heinrich von Ofterdingen. München: Deutschen Taschenbuch, 2004, pp. 16-17.

quarta-feira, maio 20, 2009

Bauhaus-Archiv, Berlin


ZONA ATEMPORAL
REPRESENTAÇÃO DA ETERNIDADE
EM CADA INSTANTE
UCRONIA PRÉ-UTOPIA

ATEMPORAL ZONE
REPRESENTATION OF ETERNITY
IN EACH INSTANT
UCHRONIA BEFORE UTOPIA

Para ter acesso ao site do Arquivo Bauhaus, clique no título deste post.

terça-feira, maio 19, 2009

Ka 86, Berlin


Kastanieallee 86, Berlin-Prenzlauerberg, 2009.

»Keine Sanierung der Kastanienallee 86«


Wir wollen leben, wie wir das die letzten 15 Jahre getan haben, mit selbstbestimmten Regeln, geringen Mieten, ohne ständige Kontrolle, Gängelei oder Drohungen durch die Vermieter und gemeinsam mit Menschen, die ähnliche Ansichten zum Zusammenleben haben wie wir selbst.

"Nenhuma reforma no Kastanienallee 86"


Nós queremos viver como temos feito durante os últimos 15 anos, com regras próprias, aluguéis baratos, sem controle, ameaças ou coação dos proprietários, junto com pessoas que tenham a mesma concepção de "viver-junto".

Para ter acesso ao site do movimento anticapitalista Ka 86 pela manutenção das condições do prédio (e, naturalmente, do preço dos aluguéis!) exatamente como eram há 15 anos atrás, clique no título deste post.

segunda-feira, maio 18, 2009

Toda arte é inútil?

All art is quite useless.
Oscar Wilde. "The picture of Dorian Gray," in: The Complete Works of Oscar Wilde. London: Harper Perennial, 2008, p. 10.

Toda arte é completamente inútil.

Oscar Wilde. O retrato de Dorian Gray. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1972, p. 10.

sexta-feira, maio 15, 2009

A arte e a vida

A arte -- em relação à vida -- é sempre um 'apesar de tudo': a criação de formas é a mais profunda confirmação que se pode pensar da existência da dissonância [entre a imanência de sentido exigida pela forma e a heterogênea fragmentariedade do mundo].
LUKÁCS, Georg. Teoria do romance. São Paulo: Ed. 34 / Duas Cidades, 2000, p. 72.

quarta-feira, maio 13, 2009

Filosofia é na verdade nostalgia...


René Magritte, Saudade, 1940

Afortunados os tempos para os quais o céu estrelado é o mapa dos caminhos transitáveis e a serem transitados, e cujos rumos a luz das estrelas ilumina. Tudo lhes é novo e no entanto familiar, aventuroso e no entanto próprio. O mundo é vasto, e no entanto é como a própria casa, pois o fogo que arde na alma é da mesma essência que as estrelas. (...) ‘Filosofia é na verdade nostalgia.’ [Novalis, Das allgemeine Brovillon]. Eis porque a filosofia, tanto como forma de vida quanto como a determinante da forma e a doadora de conteúdo da criação literária é sempre um sintoma da cisão entre interior e exterior, um índice da diferença entre o eu e o mundo, da incongruência entre alma e ação. Eis porque os tempos afortunados não têm filosofia, ou, o que dá no mesmo, todos os homens desse tempo são filósofos, depositários do objetivo utópico de toda a filosofia.

LUKÁCS, Georg. Teoria do romance. São Paulo: Ed. 34 / Duas Cidades, 2000. pp. 25-26.